No final do século XVII e começo do século XVIII ocorreu o que costumamos chamar Epopeia Brasileira.
O Brasil deu as costas
ao litoral e se voltou para o interior. Bahia e Pernambuco deixaram de ser as províncias mais importantes da Colônia. Recife e Olinda começaram a se desentender e o Rio de Janeiro e São Paulo experimentaram expansão. O mesmo aconteceu com Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Por toda a parte se ouvia três palavras mágicas: ouro, esmeraldas e diamantes!
O porto de Salvador, um dos mais importantes daquela época, perdeu sua importância e a capital da Colônia se mudou para o Rio de Janeiro.
De todas as partes do Brasil e de Portugal surgiram ondas de aventureiros que se reuniam em grupos de dez a dezenas e centenas: eram as "bandeiras", que tinham
os rios navegáveis como caminhos preferidos. Grande parte das bandeiras deixou São Paulo, São Vicente e Taubaté em demanda dos chapadões mineiros, goianos e mato-grossenses enquanto outras se dirigiram ao Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O rei de Portugal, fingindo ignorar
o limite estabelecido pelo Tratado das Tordesilhas, estimulou o movimento. Muitos Índios, alegando conhecer os segredos das florestas, se incorporavam às bandeiras como guias. O mesmo aconteceu com estrangeiros, desertores e fugitivos da justiça. Todos se lançaram à sorte ignorando os caprichos do destino.
Coletes de couro, cuidadosamente acolchoados os protegiam das flechadas mortíferas.
Os bandeirantes carregavam muitas armas e flechas, além de grãos, que eram sistematicamente plantados nas trilhas abertas pelo caminho.
A quantidade de bandeiras foi tão grande que em pouco tempo a economia nordestina sofreu a falta de homens para o trabalho.
O fluxo de portugueses
quase deixou a Metrópole despovoada. A Epopeia Brasileira rompeu as amarras das Tordesilhas e multiplicou o território, a riqueza e a população do Brasil.
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