Corria o ano de 1567. A cidade de São Sebastião tinha dois anos de fundada. Parecia uma aldeia tupi, tal a quantidade de casas de chão batido, paredes de madeira e teto de palha.
A vida não era tranquila.
Vivia-se quase sempre em luta. Nos dias de trégua, os portugueses erguiam casas, plantavam hortas, jogavam cartas e cuidavam da segurança, construindo guaritas para abrigar um maior número de sentinelas. Além disso, diga-se a verdade, atacavam e saqueavam as aldeias indígenas da redondeza, em busca de comida, mudas para plantar e, contrariando os Jesuítas, fazer escravos.
Surtida após surtida, foram, pouco a pouco, ocupando mais espaços. Cada dia chegavam mais perto daquilo que hoje chamamos "Enseada de Botafogo".
Botafogo foi um dos fundadores da cidade. Veio de Portugal, e se chamava João Pereira de Souza. Estácio de Sá o recrutou em Santos, onde ele se casou com uma jovem chamada Maria da Luz Drumont.
João Pereira de Souza era artilheiro. Por dever do ofício, vivia junto de seu canhão. Daí o apelido "Botafogo”.
A primeira denominação desta enseada foi "Le lac" (o lago), dado pelos franceses. Os portugueses colocaram o nome de "Francisco Velho", mordomo de Estácio de Sá e fundador da Irmandade de São Sebastião.
Até fins do século XVIII, o local era pouco habitado. A partir de 1808, com a permanência da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, os engenhos e fazendas ali situados viraram chácaras residências de fidalgos e diplomatas estrangeiros.
D. Carlota Joaquina procurava, com frequência, a praia de Botafogo, para tomar banhos de mar, enquanto seu esposo, D. João VI fazia o mesmo na Praia do Caju.
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