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Foto do escritorGeraldo Leite

HENRIQUE PRAGUER E FRANCISCA ROSA

Francisca Rosa foi uma mulher que viveu antes do tempo. Ela afrontou a sociedade baiana, em pleno século XIX, assumindo a condição de feminista.

Nasceu em Cachoeira, importante cidade do Recôncavo baiano e nessa cidade viveu mais de trinta anos.

Henrique Praguer foi um imigrante croata que se destacou como abolicionista e republicano. Seu nome verdadeiro era Heinriche Von Lackenbach Haberfeld. Chegou em Salvador quando tinha 26 anos. Exilou-se na Bahia porque participou de uma conjuntura de estudantes em favor da independência de seu país. Descoberta a intentona, Henrique foi preso e em seguida libertado, graças a interferência de um amigo da família, Fernando Maximiliano, futuro Imperador do México.

Uma vez solto, seus pais o embarcaram com destino aos Estados Unidos, onde ele concluiria o curso de arquitetura.

O navio que o transportava teve de aportar em Salvador, devido a existência de alguns doentes a bordo. Suspeitando tratar-se de peste bubônica, Henrique desceu, aguardando outro navio, para continuar a viagem.

Encantado com as igrejas e os casarões da capital baiana, acabou fixando residência em Salvador.

Instalou-se em uma pensão, no centro da cidade, onde conheceu um austríaco que o introduziu no comércio local.

Antônio Joaquim da Silva Gomes era o presidente da província. Sua preocupação era a expansão da rede ferroviária, ainda insipiente.

Não se sabe como, Henrique acabou se envolvendo com o projeto de uma estrada de ferro ligando Cachoeira a Feira de Santana. É possível que o engenheiro Hugh Wilson, encarregado do projeto, o tenha envolvido.

Em 1866, Henrique Praguer, acompanhado de um amigo, foi à Cachoeira para conhecer a cidade onde iria trabalhar, e visitar outro amigo, Antônio Barreto, que estava doente. Nesta oportunidade conheceu Francisca Rosa, irmã de Antônio, e por ela se apaixonou.

O casamento realizou-se seis meses depois, isto é, no dia 27 de maio de 1867.

Henrique passou a morar em Cachoeira. O primeiro filho do casal, Henrique Barreto Praguer, nasceu em 1870. No ano seguinte nasceu Antônio e, um ano depois, uma menina que recebeu o nome de Francisca Rosa Barreto Praguer.

Francisca seria uma das primeiras médicas do Brasil, e casaria com o médico e professor universitário João Garcez Fróes, tornando-se mãe de Heitor Praguer Froes.

Em 1875, a família de Henrique mudou-se para Salvador, onde ele contribuiu para o desenvolvimento da cidade.

Profundo conhecedor dos aspectos geológicos e mineralógicos da Bahia, Henrique orientou Euclides da Cunha quando este escritor escreveu sua obra prima, "Os Sertões".

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